Data: 2009/07/14
Título: An Interview With Jay Bentley Of Bad Religion
Tradutor: ThiagoSNFU
Veículo: Gibson
Link: http://www.gibson.com/en-us/Lifestyle/ArtistsAndEvents/Stories/bad-religion-714
Na época em que a rádio estadunidense estava dominada por artistas pop altamente produzidos, quatro jovens músicos oriundos do Sul da Califórnia começavam um grupo inspirado em bandas renomadas como The Clash, The Ramones e The Sex Pistols. Em 1980, os membros da recém formada banda Bad Religion não imaginavam que a sua energia lideraria o renascimento da cena punk no mundo. Quatorze álbuns de estúdio depois, o grupo continua a criar ótima música, a fazer turnês extensas e a inspirar gerações de novos músicos.
Don Mitchell, representante da empresa de instrumentos musciais Epiphone, conversou com o baixista da banda, Jay Bentley enquanto a banda ensaiava antes de começar a se apresentar na edição desse ano da Vans Warped Tour.
Don Mitchell: Muitos de nós tocamos em bandas durante o tempo de colégio mas poucos saíram da garagem. Vocês conseguiram o contrário e foram muito longe. Como um aluno colegial, você tinha a idéia de que o Bad Religion se tornaria um grupo icônico?
Jay Bentley: Com certeza não. Não me entenda mal, não quero dizer que não acreditávamos no que estávamos fazendo, mas o gênero musical em questão não tinha modelo para o sucesso. A idéia de sucesso para nós e tudo o que queríamos era tocar no Starwood, em Los Angeles, um clube relativamente pequeno. Estávamos assistindo as bandas Black Flag, Circle Jerks e The Adolescents tocando para 200 ou 500 pessoas, era aquilo que queríamos fazer.
DM: Era um plano seu tocar lá?
JB: Nós fizemos o que as outras bandas fizeram, criamos as nossas fitas demo e as vendemos por aí e tentamos marcar alguns shows sem muito sucesso.
DM: Você quer dizer que as portas não estavam exatamente abertas para o grupo no começo de sua história?
JB: Começamos a nos apresentar com maior freqüência porque os membros das bandas Circle Jerks e The Adolescents eram nossos amigos e exigiram para os promotores dos eventos para que nos apresentássemos com eles. Quando terminamos a nossa primeira demo, o Greg Hetson e o Lucky Lehrer foram os primeiros que entregaram a nossa fita para o Rodney da rádio KROQ. Ele gostou das músicas e continuou tocando-as na rádio.
DM: É muito bom ter conexãos, especialmente as que fazem suas músicas serem tocadas nas rádios!
JB: As radios foram um incentivo muito grande para nós porque nós não nos importávamos se as gravadoras gostavam ou não do nosso som. De uma hora para outra concluímos que não precisávamos assinar um contrato. Tudo o que precisávamos era descobrir onde eles gravavam as músicas para gravar nossos discos do nosso jeito.
DM: Essa atitude que eventualmente desenvolveria um grande número de fãs fiéis que a banda tem até hoje.
JB: Receber tantos “não” nos ensinou que poderíamos fazer tudo aquele processo de gravação das músicas e divulgação sozinhos. O começo foi muito duvidoso e acho que por termos aceitados os desafios e por toda a nossa determinação, nós nos tornamos mais unidos. O nosso primeiro EP só foi possível por causa de um empréstimo de 1500 dólares que conseguimos do pai do Brett Gurewitz. Pagamos ele com o lucro do nosso primeiro álbum de estúdio, How Could Hell Be Any Worse?, lançado em 1982, e foi assim que desde então continuamos fazendo as coisas que amamos.
DM: Com o passar dos anos, muitos baixistas punks mencionaram você como importante influência. Como você se sente por ser impactante em uma geração de baixistas e músicos?
JB: Eu me sinto muito estranho, considerando que não estudo música, a minha precisão não é das melhores e que toco com uma palheta. Sou humilde, mas derrepente eu sinto remorso ao lembrar de todas essas horas que deveria passar praticando.
DM: Depois de todos esses anos e 14 álbuns de estúdio, o que motiva você a continuar tocando com a banda?
JB: O Brett e o Greg são muito vibrantes, dois compositores prolíficos que estão sempre tentando expandir a definição do que o Bad Religion pode ser. Como beneficiário, a minha contribuição é sempre estar motivado para trabalhar em um novo material, especialmente agora com o Brooks. Gosto muito de trabalhar duro na tentativa de criar nuances sutis. Estamos sempre tentando criar algo único, nem sempre conseguimos, mas pelo menos tentamos.
DM: Isso me parece muito divertido.
JB: Sim, é sempre muito bom encontra-los para gravar novas músicas, para ensaiar e tudo mais, esse é um fator que me motiva muito.
DM: Na edição desse ano do festival Vans Warped Tour, o Bad Religion é a banda principal. O calendário é bem intenso, as apresentações acontecerão no mês de agosto e depois vocês farão mais algumas datas antes do outono. Fazer essa turnê continua sendo divertido como era antes?
JB: Agora é muito mais divertido do que foi em qualquer outra época. Nesses 30 anos de carreira nós passamos por altos e baixos momentos e agora definitivamente é um bom momento. Tocar com bandas como Flogging Molly, Less Than Jake, NOFX e The Bouncing Souls é algo que estou gostando muito de fazer. Agora tenho a chance de investir meu tempo com artistas relevantes e aprecio o fato de que eu me lembro de todos esses lugares porque já toquei música quando era mais jovem.
DM: Qual baixo da Epiphone você está usando?
JB: Nesse momento estou usando um modelo com a assinatura de Jack Casady.
DM: Esse é um ótimo baixo! O que levou você a escolher esse modelo?
JB: O que me lemvou a comprar o baixo foi a idéia de ter um instrumento com a assinatura sem precisar investir muito. No começo fiquei hesitante para subir no palco com um baixo que tem um corpo desses, mas ele funcionou muito bem! Já toquei muitos baixos e posso dizer que nunca ouvi em outros instrumentos alguns tons que só esse instrumento pode criar. O som é realmente natural, digno de um baixo. Como todos sabem, estou na banda Bad Religion e para as nossas músicas não há espaço para algumas configurações acústicas e por isso removi todos os tons e controles de volumes, troquei o “pick-up” por um “p” da DiMarzio e é assim que eu toco. Consegui um tom único para um baixo semi-acústico e é assim que gosto de definir a minha música.
DM: Você certamente não tem medo de reveler o seu segredo!
JB: Eu sempre fui a favor de você possuir o seu instrumento e realmente conhece-lo. Vejo por aí alguns músicos com medo de machucar seus instrumentos, mas você deve se aprofundar, tocar com gosto e fazer o som sair do jeito que você quer.
DM: Nos sentimos muito honrados que você use os nossos instrumentos.
JB: Vou te dizer o que gosto sobre a Epiphone. Quando eu consegui o meu primeiro instrumento em 1977, era uma cópia barata de uma guitarra modelo Les Paul. Eu tinha 13 anos e fiz uma configuração considerando a 12ª casa porque os “pick-ups” eram sensacionais. Achei que naquele momento aquilo era legal porque eu me inspirava no Ace Frehley, mas na verdade não era, porque estava danificando meu instrumento. Estou surpreso porque continuei a aprender muitas coisas com aquela guitarra, mas as escolhas que fiz não significaram muito. Ou você comprava um Gibson ou estava perdido. Hoje em dia há muitas ótimas opções para jovens músicos graças a Epiphone. Há alguns anos, quando meu filho demonstrou pela primeira vez interessa na música, fui até uma loja local e ele ficou muito impressioando com a qualidade, os preços e a variades dos produtos da Epiphone. Comprei um Epiphone Les Paul Special-II e ficamos muito satisfeitos com o instrumento. Não consigo descrever como o som que tocamos foi ótimo. A aquisição foi melhor do que qualquer outro equipamento que poderíamos imaginar quando começamos, o que significa muito para mim porque quando comecei a tocar não tinha dinheiro para investir tanto no meio musical. Como pai e como músico, gostaria de agradecer a Epiphone por ajudar as pessoas a criarem seu som e a realizar sonhos.
DM: Como representante da empresa, gostaria de agradecer todas as palavras que você deixou, assim como sua herança musical para muitos músicos. Obrigado, Jay, esperamos encontrar você na edição desse ano da Vans Warped Tour.
Jay Bentley: Com certeza não. Não me entenda mal, não quero dizer que não acreditávamos no que estávamos fazendo, mas o gênero musical em questão não tinha modelo para o sucesso. A idéia de sucesso para nós e tudo o que queríamos era tocar no Starwood, em Los Angeles, um clube relativamente pequeno. Estávamos assistindo as bandas Black Flag, Circle Jerks e The Adolescents tocando para 200 ou 500 pessoas, era aquilo que queríamos fazer.
DM: Era um plano seu tocar lá?
JB: Nós fizemos o que as outras bandas fizeram, criamos as nossas fitas demo e as vendemos por aí e tentamos marcar alguns shows sem muito sucesso.
DM: Você quer dizer que as portas não estavam exatamente abertas para o grupo no começo de sua história?
JB: Começamos a nos apresentar com maior freqüência porque os membros das bandas Circle Jerks e The Adolescents eram nossos amigos e exigiram para os promotores dos eventos para que nos apresentássemos com eles. Quando terminamos a nossa primeira demo, o Greg Hetson e o Lucky Lehrer foram os primeiros que entregaram a nossa fita para o Rodney da rádio KROQ. Ele gostou das músicas e continuou tocando-as na rádio.
DM: É muito bom ter conexãos, especialmente as que fazem suas músicas serem tocadas nas rádios!
JB: As radios foram um incentivo muito grande para nós porque nós não nos importávamos se as gravadoras gostavam ou não do nosso som. De uma hora para outra concluímos que não precisávamos assinar um contrato. Tudo o que precisávamos era descobrir onde eles gravavam as músicas para gravar nossos discos do nosso jeito.
DM: Essa atitude que eventualmente desenvolveria um grande número de fãs fiéis que a banda tem até hoje.
JB: Receber tantos “não” nos ensinou que poderíamos fazer tudo aquele processo de gravação das músicas e divulgação sozinhos. O começo foi muito duvidoso e acho que por termos aceitados os desafios e por toda a nossa determinação, nós nos tornamos mais unidos. O nosso primeiro EP só foi possível por causa de um empréstimo de 1500 dólares que conseguimos do pai do Brett Gurewitz. Pagamos ele com o lucro do nosso primeiro álbum de estúdio, How Could Hell Be Any Worse?, lançado em 1982, e foi assim que desde então continuamos fazendo as coisas que amamos.
DM: Com o passar dos anos, muitos baixistas punks mencionaram você como importante influência. Como você se sente por ser impactante em uma geração de baixistas e músicos?
JB: Eu me sinto muito estranho, considerando que não estudo música, a minha precisão não é das melhores e que toco com uma palheta. Sou humilde, mas derrepente eu sinto remorso ao lembrar de todas essas horas que deveria passar praticando.
DM: Depois de todos esses anos e 14 álbuns de estúdio, o que motiva você a continuar tocando com a banda?
JB: O Brett e o Greg são muito vibrantes, dois compositores prolíficos que estão sempre tentando expandir a definição do que o Bad Religion pode ser. Como beneficiário, a minha contribuição é sempre estar motivado para trabalhar em um novo material, especialmente agora com o Brooks. Gosto muito de trabalhar duro na tentativa de criar nuances sutis. Estamos sempre tentando criar algo único, nem sempre conseguimos, mas pelo menos tentamos.
DM: Isso me parece muito divertido.
JB: Sim, é sempre muito bom encontra-los para gravar novas músicas, para ensaiar e tudo mais, esse é um fator que me motiva muito.
DM: Na edição desse ano do festival Vans Warped Tour, o Bad Religion é a banda principal. O calendário é bem intenso, as apresentações acontecerão no mês de agosto e depois vocês farão mais algumas datas antes do outono. Fazer essa turnê continua sendo divertido como era antes?
JB: Agora é muito mais divertido do que foi em qualquer outra época. Nesses 30 anos de carreira nós passamos por altos e baixos momentos e agora definitivamente é um bom momento. Tocar com bandas como Flogging Molly, Less Than Jake, NOFX e The Bouncing Souls é algo que estou gostando muito de fazer. Agora tenho a chance de investir meu tempo com artistas relevantes e aprecio o fato de que eu me lembro de todos esses lugares porque já toquei música quando era mais jovem.
DM: Qual baixo da Epiphone você está usando?
JB: Nesse momento estou usando um modelo com a assinatura de Jack Casady.
DM: Esse é um ótimo baixo! O que levou você a escolher esse modelo?
JB: O que me lemvou a comprar o baixo foi a idéia de ter um instrumento com a assinatura sem precisar investir muito. No começo fiquei hesitante para subir no palco com um baixo que tem um corpo desses, mas ele funcionou muito bem! Já toquei muitos baixos e posso dizer que nunca ouvi em outros instrumentos alguns tons que só esse instrumento pode criar. O som é realmente natural, digno de um baixo. Como todos sabem, estou na banda Bad Religion e para as nossas músicas não há espaço para algumas configurações acústicas e por isso removi todos os tons e controles de volumes, troquei o “pick-up” por um “p” da DiMarzio e é assim que eu toco. Consegui um tom único para um baixo semi-acústico e é assim que gosto de definir a minha música.
DM: Você certamente não tem medo de reveler o seu segredo!
JB: Eu sempre fui a favor de você possuir o seu instrumento e realmente conhece-lo. Vejo por aí alguns músicos com medo de machucar seus instrumentos, mas você deve se aprofundar, tocar com gosto e fazer o som sair do jeito que você quer.
DM: Nos sentimos muito honrados que você use os nossos instrumentos.
JB: Vou te dizer o que gosto sobre a Epiphone. Quando eu consegui o meu primeiro instrumento em 1977, era uma cópia barata de uma guitarra modelo Les Paul. Eu tinha 13 anos e fiz uma configuração considerando a 12ª casa porque os “pick-ups” eram sensacionais. Achei que naquele momento aquilo era legal porque eu me inspirava no Ace Frehley, mas na verdade não era, porque estava danificando meu instrumento. Estou surpreso porque continuei a aprender muitas coisas com aquela guitarra, mas as escolhas que fiz não significaram muito. Ou você comprava um Gibson ou estava perdido. Hoje em dia há muitas ótimas opções para jovens músicos graças a Epiphone. Há alguns anos, quando meu filho demonstrou pela primeira vez interessa na música, fui até uma loja local e ele ficou muito impressioando com a qualidade, os preços e a variades dos produtos da Epiphone. Comprei um Epiphone Les Paul Special-II e ficamos muito satisfeitos com o instrumento. Não consigo descrever como o som que tocamos foi ótimo. A aquisição foi melhor do que qualquer outro equipamento que poderíamos imaginar quando começamos, o que significa muito para mim porque quando comecei a tocar não tinha dinheiro para investir tanto no meio musical. Como pai e como músico, gostaria de agradecer a Epiphone por ajudar as pessoas a criarem seu som e a realizar sonhos.
DM: Como representante da empresa, gostaria de agradecer todas as palavras que você deixou, assim como sua herança musical para muitos músicos. Obrigado, Jay, esperamos encontrar você na edição desse ano da Vans Warped Tour.
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