Resenha: Adolescents: 2010 11 26 Ambiental Bar, Curitiba, Paraná

Há pouco mais de uma hora a banda Adoelescents tocava os útlimos acordes da música Kids Of The Black Hole, 6a faixa de seu primeiro álbum de estúdio, que leva como título seu nome, lançado em maio de 1981 pela gravadora Frontier. Essa canção, que é considerada um hino da banda e do gênero musical punk rock, foi escolhida para fechar a apresentação do grupo que está na ativa, ainda que com seus términos, reuniões e voltas, desde 1979. A banda, formada em Orange Country, cidade localizada no estado da Califórnia, subiu ao apertado palco do Ambiental Bar, em Curitiba, e tocou cerca exatas 18 músicas em pouco mais de uma hora e outras duas músicas atendendo pedidos de seu público.

Sem estrelismo, a banda entrou no bar pela porta da frente e em menos de uma hora estava tocando a uma breve introdução da música No Way, assim como na maioria de suas apresentações mais recentes. Após a explosão e a primeira comunicação do vocalista da banda, Tony Cadena, com o público, a primeira roda punk foi criada e todos puderam moshar como já era esperado. Em seguida, Monsanto Hayride e Who Is Who, mais uma música que serve como carteira identidade para esse lendário grupo californiano. Para quem quiser curtir uma versão cover dessa música, recomendo a seguinte interpretação, da banda Dropkick Murphys:

Antes da primeira pausa, Self Destruct foi tocada de uma maneira simples como toda boa banda de punk rock sabe fazer. Lockdown America, 2a faixa do mais recente álbum de estúdio, OC Confidential, lançado no dia 12 de julho de 2005 pela gravadora Finger, foi tocada após o primeiro intervalo, e em seguida LA Girl, Serf City e Creatures. A penúltima música dessa sequência é uma das mais nova músicas gravadas pelo grupo, divulgadas apenas na internet e ainda não lançadas oficialmente como single ou em algum EP.

Nessa altura do campeonato eu começei a me incomodar pela falta de pessoas cantando as músicas do Adolescents. As poucas mais de 200 pessoas presentes na frente do palco ou ao redor das messas mal cantavam os refrões das músicas mais conhecidas e eu me vi ao lado de mais dois garotos na frente do palco cantando a maioria dos trechos enquanto eramos empurrados pela galera da roda. Não sou o maior nem o fã mais antigo do grupo mas como brasileiro sei que uma chance dessas, de ver uma banda com um legado tão grande, são raras e quando acontecem sinto que as pessoas não aproveitam o máximo, ainda que tenha consciência que cada um aproveita um show punk da sua própria maneira.

Mesmo que sem muito espaço para se movimentar, Tony Cadena mostrou estar em forma e animou todos os presentes desde a primeira música até a última, e Steve Soto, talvez o mais emblemático membro da banda, mandou muito bem em cada linha de baixo nas canções. Foi muito válido agradecer esses dois e os três membros restantes por um show tão divertido e memorável, porque após a apresentação, todos andavam de lá para cá no bar sem nenhuma frescura de passar por entre os fãs.

Toda a performance foi, particularmente para mim, muito mais divertida do que poderia imaginar. Todos se divertiram, ninguém se machucou, a banda tocou suas melhores músicas e depois que as canções do setlist chegaram ao fim, a platéia pediu mais e o grupo atendeu o pedido tocando Do The Freddy e I Hate Children, esta a primeira faixa do primeiro álbum de estúdio do Adolescents. O único motivo para lamentar foi não ter dinheiro em espécie para comprar uma cópia original em CD e LP e produtos do merchandise oficial da banda por preços baixos e justos. Uma cópia em LP dos primeiros três álbuns de estúdio e uma compilação com as demos custava apenas R$30,00.

Setlist

01 No Way
02 Monsanto Hayride
03 Who Is Who
04 Self Destruct

05 Lockdown America
06 LA Girl
07 Serf City
08 Creatures

09 Brats In Battalion
10 Word Attack
11 I Love You
12 Insperation

13 Welcome To Reality
14 OC Confidential
15 Amoeba

16 Wrecking Crew
17 Rip It Up
18 Kids Of The Black Hole