Data: 19/10/2010
Título: The Oral History Of Epitaph Records
Tradutor: ThiagoSNFU
Veículo: Spin
Link: http://www.spin.com/articles/oral-history-epitaph-records?page=0%2C1
A cena punk original da cidade de Los Angeles viveu rápido, morreu jovem e deixou para trás os cabeludos. Durante os acontecimentos, o guitarrista da banda Bad Religion, Brett Gurewtiz, fundou a gravadora Epitaph dentro de uma espécie de closet no fundo do seu estúdio de gravação e eventualmente enviou músicas de bandas punks para lista das músicas mais tocadas e fez com que as grandes gravadoras se apressassem para acompanhar o crescimento de uma independente. Manter-se relevante na cena punk durante todo o caso parecia impossível. Pela primeira vez na história, as pessoas que estavam por trás dessa explosão, estão celebrando os trinta anos de punk rock, um verdadeiro grito contra o mainstream.
Quatro adolescentes que estudavam no colégio El Camino High School, na cidade de Woodland Hills, na Califórnia, formaram o Bad Religion e se apresentaram pela primeira vez abrindo um show da banda Social Distortion em uma festa realizada em um depósito.
Brett Gurewitz (Bad Religion): Nós tínhamos apenas oito músicas e a maioria delas tinham um minuto de duração, por isso tocaríamos provavelmente por quinze minutos.
Jay Bentley (Bad Religion): Lembro que estava vomitando e pensando que estava tão nervoso que ia molhar as calças.
Jennifer Finch (L7): Achei uma bosta. Achei que eles estavam chegando tarde demais na cena. Haviam bandas como Circle Jerks e Fear que já eram mais conhecidas e fortes na cena local. Eles eram crianças que vinham do vale contra todos os punks. Essas bandas possuíam uma atitude e som violento enquanto que o Bad Religion era mais melódico e tolo.
Edward Colver: A cena já estava formada, as bandas já tinham saído da lama: “Agora que temos uma banda, tocaremos na próxima semana!” Naquela época, a cena já contava com mais de 200 punks desajustados.
Jay Bentley: Assistir bandas como The Adolescents fazendo harmonias com três notas foi um grande incentivo para nós. Nos os assistíamos tocando e conversamos entre nós que era aquilo que queríamos fazer.
Greg Graffin (Bad Religion): A sociedade evitava os punks porque ela achava que eles não tinham nada para oferecer. Por isso, durante o começo dos anos oitenta, eu estava interessado em escrever músicas que os atingisse substancialmente de alguma forma, algo que não fosse apenas para participar da roda punk.
Em 1981, a banda grava o seu primeiro e homônimo EP. Brett empresta mil dólares de seu pai para imprimir as cópias originais pela sua gravadora, cujo nome é emprestado de uma música do artista King Crimson. O primeiro álbum de estúdio, How Could Hell Be Any Worse?, foi lançado no ano seguinte. Carregado com músicas articuladas cujas letras tratavam da separação do estado com a igreja e uma guerra nuclear. Ficou claro que ambos os compositores eram mais inteligentes que a média dos punks.
Brett Gurewitz: Eu não era um bom aluno e era o tipo de perdedor no colégio. Entretato, meus pais me incentivaram a gravar álbuns e a vendê-los.
Jay Bentley: Nós todos ficamos chocados com o número de cópias que vendemos. Acho que foram cerca de 10.000. Nesse momento eu me perguntei: “Cadê o dinheiro?” Acabei me dando conta que Brett tinha um sério problema com drogas e o dinheiro todo se foi.
As drogas e a violência destruíram rapidamente a cena punk, e em 1983 a maioria das casas de shows se recusavam a contratar bandas punks. O departamento de polícia de Los Angeles acabou com os poucos membros que restavam.
Jennifer Finch: em 1984 Los Angeles sediou as Olimpíadas. Muitas equipes da SWAT treinavam controle de multidões nos shows de punk rock. Eles apareciam cm um equipamento completo para controlar motins. De repente apareciam até mesmo helicópteros. Muitas regulamentações com respeito ao toque de recolher começaram a aparecer.
Sem lugar para tocar, o Bad Religion afogou-se enquanto escrevia as músicas para seu segundo álbum de estúdio. O resultado final, Into The Unknown, apresentou músicas progressivas e acompanhadas por teclado que a banda repudia até hoje. Brett deixa o grupo para terminar o colégio e abre o Westbeach Recorders para contratar algumas bandas na Epitaph, como os grupos L7 e Little Kings, este com o guitarrista Gore Verbinski, que mais tarde seria o diretor do filme Piratas Do Caribe.
Sem lugar para tocar, o Bad Religion afogou-se enquanto escrevia as músicas para seu segundo álbum de estúdio. O resultado final, Into The Unknown, apresentou músicas progressivas e acompanhadas por teclado que a banda repudia até hoje. Brett deixa o grupo para terminar o colégio e abre o Westbeach Recorders para contratar algumas bandas na Epitaph, como os grupos L7 e Little Kings, este com o guitarrista Gore Verbinski, que mais tarde seria o diretor do filme Piratas Do Caribe.
Gore Verbinski: Brett tinha uma casa em Hollywood Boulevard. Nós tocávamos lá e bebíamos em um beco que ficava do outro lado de uma rua coberta de vidro oriundo de janelas de carro quebradas. O modelo de Brett, que é muito ótimo, é gravar um álbum que não custe nada e aí entrar em uma van e fazer as turnês. Eu estava começando a dirigir filmes e isso estava decolando, por isso não iria parar dentro de uma van. Tínhamos um álbum mas não uma banda, isso foi um total desastre.
Jennifer Finch: Brett era uma cara legal de se chamar para dar umas voltas. Ele realmente é muito excêntrico, possui vários diferentes interesses, fala muito rápido e tem uma energia incrível. Ele é divertido e está no topo de um grupo social. Acho que os psiquiatras chamam isso de narcisismo.
Graffin, que estava matriculado no programa de geologia da UCLA, mantém a banda com apresentações esporádicas do guitarrista da banda Circle Jerks, Greg Hetson, com diversos bateristas e baixistas. Em 1987, Brett, Jay e o baterista Pete Finestone retornam para o grupo e lançaram no ano seguinte aquele que seria o terceiro álbum de estúdio e um dos mais importantes da carreira: Suffer. O álbum foi um tapa na cara da sociedade conservadora dos anos 80 nos Estados Unidos. Mais importante do que isso, o ritmo e o tom das músicas ajudou a redefinir a cena punk do Sul da Califórnia e a habilidade que Brett mostraria por trás da banda, como um verossímil produtor, ainda que a audiência não fosse garantida.
Fletcher Dragge (Pennywise): O álbum Suffer por si só recomeçou todo o movimento. Ele é definitivamente um dos melhores álbuns punks que já foram escritos, além de toda a inspiração que proporcionou e fez com que algumas bandas voltassem para a cena.
Dexter Holland (The Offspring): Estávamos dando umas voltas com os caras que tocavam no Operation Ivy e eles estavam ouvindo o álbum. As músicas se sobressaíram porque nelas havia muita melodia.
Tim Armstrong (Rancid): Foi a melhor gravação punk que eu já ouvi.
Lars Frederiksen (Rancid): Suffer foi lançado e a cópia não saiu da minha mesa até o fim do verão.
Dave Smalley (Down By Law): Uma das minhas bandas favoritas no mundo até hoje é Chicago. Eles possuem belas harmonias. Bad Religion era melhor do que Chicago, e era uma banda punk.
Fat Mike (NOFX): Eu me lembro que esse era o punk rock que amava quando era criança. Hardcore melódico do Sul da Califórnia! Deveríamos ter tocado mais nesse estilo.
Jim Linberg (The Black Pacific): De uma hora para outra deixamos de ser uma simples banda da praia e nos tornamos muito parecidos com o Bad Religion.
Encorajado pelo sucesso de Suffer e entusiasmado com a ressurreição da cena da Califórnia, Brett volta a dedicar-se para a gravadora Epitaph, produzindo e lançando álbuns de bandas como Down By Law, NOFX e Pennywise. Em seguida, Brett contrata Rancid e The Offspring .
Brett Gurewitz: O que estava nos acontecend era alg bom, orgânico, real e que estava crescendo.
Fat Mike: NOFX foi a primeira banda na gravadora quando começou para valer. Trabalhei lá durante o feriado da Páscoa, estava enviando 100 cópias do No Control, 100 cópias de Suffer e 5 do nosso álbum.
Gore Verbinski: Dirigi o vídeo-clipe S&M Airlines, da banda NOFX. Fomos até o Aeroporto Internacional de Los Angeles, pulamos a cerca e filmamos um bando de aviões. Nunca havia filmado em tela-verde antes, mas usamos o método e gravamos a banda. A parede era apenas metade pintada em verde e a nossa tinta não batia com o muro. Aquilo foi um puro esboço.
Jeff Abarta (Epitaph): Por volta de fevereiro de 1991, Brett finalmente me disse: “Tudo bem, venha para a entrevista”. Foi muito estranho. Na época eu trabalhava na farmácia Say-On e lá nós funcionários usávamos gravatas. Compareci na entrevista com esse traje e quando me deparei com o Fat Mike, pensei: “Quem é esse mane?” Fui o primeiro empregado oficial da gravadora.
Fletcher Dragge: Todos queriam estar na Epitaph ou musicalmente parecer que eram da grabadora. Eu me lembro que durante uma conversa com Brett, ele me disse que gostaria que fossemos a Dischord da costa oeste.
Dave Smalley: As bandas gostavam uma das outras. Nós cantávamos nas músicas das outras bandas que iam para os álbuns, nos os produzíamos e freqüentávamos os shows das nossas bandas.
Fat Mike: Terminei o colégio somente depois que a banda NOFX foi para a Europa. Nunca vendi nada! Após a turnê, lançamos o álbum de estúdio Ribbed em 1991. Lucrei 8000 dólares naquele ano e pensei: “Caralho, eu posso viver disso!”
Dexter Holland: Lembro que uma vez sentei em frente a uma mesa com o Brett e ele me disse: “Vocês podem ser uma grande banda, não tão grande como Nirvana, mas quase tão grande quanto.”
Jim Lindberg: Brett tinha um ouvido perfeito para o que ele queria alcançar e como as bandas se encaixariam na gravadora. Tocamos em noites memoráveis no Hollywood Palladium assim que o nosso segundo álbum de estúdio foi lançado. Todas as bandas que gostávamos de ver estavam na mesma gravadora.
Brett Gurewitz: O primeiro álbum de estúdio da banda Rancid vendeu 30000 cópias assim que foi lançado. O movimento era grande e a mídia não se dava conta disso. Chegamos a um ponto, por volta do fim dos anos 80 e início dos 90, que a gravadora vendia milhões de cópias por ano, e mesmo assim ninguém sabia que nós existíamos, com exceção dos fãs que compravam os CDs.
Jay Bentley: Certo dia, Roy Bittan, tecladista da banda E Street Band, ligou-me para conversar sobre a Epitaph. Brett e eu nos reunimos com ele e Roy nos mostrou todo o seu plano montado para o álbum de estúdio Against The Grain. Ele nos disse que o trabalho ficaria melhor se reagravássemos e reescrevêssemos tudo sobre sua produção. Esse foi um insulto monumental para três caras que estavam trabalhando em um depósito imprimindo manualmente 100000 cópias e que estavam muito orgulhosos pelo seu trabalho.
Brett Gurewitz: Para o resto do mundo parecia que nós éramos como aqueles historiadores que recriavam a Guerra Civil. “Você continuam fazendo esses shows punks? Que dedicados!”
Jim Lindberg: A explosão no Sul da Califórnia aconteceu quando os surfistas e skatistas colocaram as músicas das nossas bandas em seus vídeos. Quando fizemos nossas primeiras turnês na Austrália e Europa, mais de mil pessoas apareciam nos nossos shows e eles conversavam com nós sobre esses vídeos.
Dexter Holland: Acho que ninguém fez isso sozinho. Todos os fãs que curtiam andar de skate ou surfar amariam facilmente bandas como Pennywise. Estávamos gravando o nosso álbum Smash na época e o crescimento era perceptível a cada semana e perdurou por seis ou nove meses.
Greg Graffin: Eu me preocupava muito com o foco que a gravadora dava em nós. Brett já estava dividido. Encontrei-me com representantes da gravadra Atlantic que me disseram: Não, nós daremos focaremos em vocês!” O que eu sabia?
Brett Gurewitz: Certa noite, estava dirigindo de volta para casa e não queria entrar em casa porque não queria para de ouvir as músicas do álbum Smash. Comecei a andar em volta do quarteirão várias vezes para ouvir o trabalho vezes e mais vezes. Assim que minha esposa me cumprimentou na porta de casa, disse para ela: Querida, vamos ficar ricos!
Greg Hetson (Bad Religion): Não acho que Brett tinha os recursos necessários para vender mais cópias ou as produzi-las de acordo com a demanda. Dez segundos depois que a nós assinamos o contrato com a Atlantic, a banda The Offspring explodiu nas paradas.
Fletcher Dragge: Não sei como aconteceu, algumas semanas depois estava sentad em um restaurante japonês e Come Out And Play chegou nas rádios, e todos começaram a bater seus hashis em qualquer vidro que encontravam por perto. Pensei: “Que diabos está acontecendo aqui?”
Brett Gurewitz: Algumas semanas depois, tudo mudou.
Quatro adolescentes que estudavam no colégio El Camino High School, na cidade de Woodland Hills, na Califórnia, formaram o Bad Religion e se apresentaram pela primeira vez abrindo um show da banda Social Distortion em uma festa realizada em um depósito.
Brett Gurewitz (Bad Religion): Nós tínhamos apenas oito músicas e a maioria delas tinham um minuto de duração, por isso tocaríamos provavelmente por quinze minutos.
Jay Bentley (Bad Religion): Lembro que estava vomitando e pensando que estava tão nervoso que ia molhar as calças.
Jennifer Finch (L7): Achei uma bosta. Achei que eles estavam chegando tarde demais na cena. Haviam bandas como Circle Jerks e Fear que já eram mais conhecidas e fortes na cena local. Eles eram crianças que vinham do vale contra todos os punks. Essas bandas possuíam uma atitude e som violento enquanto que o Bad Religion era mais melódico e tolo.
Edward Colver: A cena já estava formada, as bandas já tinham saído da lama: “Agora que temos uma banda, tocaremos na próxima semana!” Naquela época, a cena já contava com mais de 200 punks desajustados.
Jay Bentley: Assistir bandas como The Adolescents fazendo harmonias com três notas foi um grande incentivo para nós. Nos os assistíamos tocando e conversamos entre nós que era aquilo que queríamos fazer.
Greg Graffin (Bad Religion): A sociedade evitava os punks porque ela achava que eles não tinham nada para oferecer. Por isso, durante o começo dos anos oitenta, eu estava interessado em escrever músicas que os atingisse substancialmente de alguma forma, algo que não fosse apenas para participar da roda punk.
Em 1981, a banda grava o seu primeiro e homônimo EP. Brett empresta mil dólares de seu pai para imprimir as cópias originais pela sua gravadora, cujo nome é emprestado de uma música do artista King Crimson. O primeiro álbum de estúdio, How Could Hell Be Any Worse?, foi lançado no ano seguinte. Carregado com músicas articuladas cujas letras tratavam da separação do estado com a igreja e uma guerra nuclear. Ficou claro que ambos os compositores eram mais inteligentes que a média dos punks.
Brett Gurewitz: Eu não era um bom aluno e era o tipo de perdedor no colégio. Entretato, meus pais me incentivaram a gravar álbuns e a vendê-los.
Jay Bentley: Nós todos ficamos chocados com o número de cópias que vendemos. Acho que foram cerca de 10.000. Nesse momento eu me perguntei: “Cadê o dinheiro?” Acabei me dando conta que Brett tinha um sério problema com drogas e o dinheiro todo se foi.
As drogas e a violência destruíram rapidamente a cena punk, e em 1983 a maioria das casas de shows se recusavam a contratar bandas punks. O departamento de polícia de Los Angeles acabou com os poucos membros que restavam.
Jennifer Finch: em 1984 Los Angeles sediou as Olimpíadas. Muitas equipes da SWAT treinavam controle de multidões nos shows de punk rock. Eles apareciam cm um equipamento completo para controlar motins. De repente apareciam até mesmo helicópteros. Muitas regulamentações com respeito ao toque de recolher começaram a aparecer.
Sem lugar para tocar, o Bad Religion afogou-se enquanto escrevia as músicas para seu segundo álbum de estúdio. O resultado final, Into The Unknown, apresentou músicas progressivas e acompanhadas por teclado que a banda repudia até hoje. Brett deixa o grupo para terminar o colégio e abre o Westbeach Recorders para contratar algumas bandas na Epitaph, como os grupos L7 e Little Kings, este com o guitarrista Gore Verbinski, que mais tarde seria o diretor do filme Piratas Do Caribe.
Sem lugar para tocar, o Bad Religion afogou-se enquanto escrevia as músicas para seu segundo álbum de estúdio. O resultado final, Into The Unknown, apresentou músicas progressivas e acompanhadas por teclado que a banda repudia até hoje. Brett deixa o grupo para terminar o colégio e abre o Westbeach Recorders para contratar algumas bandas na Epitaph, como os grupos L7 e Little Kings, este com o guitarrista Gore Verbinski, que mais tarde seria o diretor do filme Piratas Do Caribe.
Gore Verbinski: Brett tinha uma casa em Hollywood Boulevard. Nós tocávamos lá e bebíamos em um beco que ficava do outro lado de uma rua coberta de vidro oriundo de janelas de carro quebradas. O modelo de Brett, que é muito ótimo, é gravar um álbum que não custe nada e aí entrar em uma van e fazer as turnês. Eu estava começando a dirigir filmes e isso estava decolando, por isso não iria parar dentro de uma van. Tínhamos um álbum mas não uma banda, isso foi um total desastre.
Jennifer Finch: Brett era uma cara legal de se chamar para dar umas voltas. Ele realmente é muito excêntrico, possui vários diferentes interesses, fala muito rápido e tem uma energia incrível. Ele é divertido e está no topo de um grupo social. Acho que os psiquiatras chamam isso de narcisismo.
Graffin, que estava matriculado no programa de geologia da UCLA, mantém a banda com apresentações esporádicas do guitarrista da banda Circle Jerks, Greg Hetson, com diversos bateristas e baixistas. Em 1987, Brett, Jay e o baterista Pete Finestone retornam para o grupo e lançaram no ano seguinte aquele que seria o terceiro álbum de estúdio e um dos mais importantes da carreira: Suffer. O álbum foi um tapa na cara da sociedade conservadora dos anos 80 nos Estados Unidos. Mais importante do que isso, o ritmo e o tom das músicas ajudou a redefinir a cena punk do Sul da Califórnia e a habilidade que Brett mostraria por trás da banda, como um verossímil produtor, ainda que a audiência não fosse garantida.
Fletcher Dragge (Pennywise): O álbum Suffer por si só recomeçou todo o movimento. Ele é definitivamente um dos melhores álbuns punks que já foram escritos, além de toda a inspiração que proporcionou e fez com que algumas bandas voltassem para a cena.
Dexter Holland (The Offspring): Estávamos dando umas voltas com os caras que tocavam no Operation Ivy e eles estavam ouvindo o álbum. As músicas se sobressaíram porque nelas havia muita melodia.
Tim Armstrong (Rancid): Foi a melhor gravação punk que eu já ouvi.
Lars Frederiksen (Rancid): Suffer foi lançado e a cópia não saiu da minha mesa até o fim do verão.
Dave Smalley (Down By Law): Uma das minhas bandas favoritas no mundo até hoje é Chicago. Eles possuem belas harmonias. Bad Religion era melhor do que Chicago, e era uma banda punk.
Fat Mike (NOFX): Eu me lembro que esse era o punk rock que amava quando era criança. Hardcore melódico do Sul da Califórnia! Deveríamos ter tocado mais nesse estilo.
Jim Linberg (The Black Pacific): De uma hora para outra deixamos de ser uma simples banda da praia e nos tornamos muito parecidos com o Bad Religion.
Encorajado pelo sucesso de Suffer e entusiasmado com a ressurreição da cena da Califórnia, Brett volta a dedicar-se para a gravadora Epitaph, produzindo e lançando álbuns de bandas como Down By Law, NOFX e Pennywise. Em seguida, Brett contrata Rancid e The Offspring .
Brett Gurewitz: O que estava nos acontecend era alg bom, orgânico, real e que estava crescendo.
Fat Mike: NOFX foi a primeira banda na gravadora quando começou para valer. Trabalhei lá durante o feriado da Páscoa, estava enviando 100 cópias do No Control, 100 cópias de Suffer e 5 do nosso álbum.
Gore Verbinski: Dirigi o vídeo-clipe S&M Airlines, da banda NOFX. Fomos até o Aeroporto Internacional de Los Angeles, pulamos a cerca e filmamos um bando de aviões. Nunca havia filmado em tela-verde antes, mas usamos o método e gravamos a banda. A parede era apenas metade pintada em verde e a nossa tinta não batia com o muro. Aquilo foi um puro esboço.
Jeff Abarta (Epitaph): Por volta de fevereiro de 1991, Brett finalmente me disse: “Tudo bem, venha para a entrevista”. Foi muito estranho. Na época eu trabalhava na farmácia Say-On e lá nós funcionários usávamos gravatas. Compareci na entrevista com esse traje e quando me deparei com o Fat Mike, pensei: “Quem é esse mane?” Fui o primeiro empregado oficial da gravadora.
Fletcher Dragge: Todos queriam estar na Epitaph ou musicalmente parecer que eram da grabadora. Eu me lembro que durante uma conversa com Brett, ele me disse que gostaria que fossemos a Dischord da costa oeste.
Dave Smalley: As bandas gostavam uma das outras. Nós cantávamos nas músicas das outras bandas que iam para os álbuns, nos os produzíamos e freqüentávamos os shows das nossas bandas.
Fat Mike: Terminei o colégio somente depois que a banda NOFX foi para a Europa. Nunca vendi nada! Após a turnê, lançamos o álbum de estúdio Ribbed em 1991. Lucrei 8000 dólares naquele ano e pensei: “Caralho, eu posso viver disso!”
Dexter Holland: Lembro que uma vez sentei em frente a uma mesa com o Brett e ele me disse: “Vocês podem ser uma grande banda, não tão grande como Nirvana, mas quase tão grande quanto.”
Jim Lindberg: Brett tinha um ouvido perfeito para o que ele queria alcançar e como as bandas se encaixariam na gravadora. Tocamos em noites memoráveis no Hollywood Palladium assim que o nosso segundo álbum de estúdio foi lançado. Todas as bandas que gostávamos de ver estavam na mesma gravadora.
Brett Gurewitz: O primeiro álbum de estúdio da banda Rancid vendeu 30000 cópias assim que foi lançado. O movimento era grande e a mídia não se dava conta disso. Chegamos a um ponto, por volta do fim dos anos 80 e início dos 90, que a gravadora vendia milhões de cópias por ano, e mesmo assim ninguém sabia que nós existíamos, com exceção dos fãs que compravam os CDs.
Jay Bentley: Certo dia, Roy Bittan, tecladista da banda E Street Band, ligou-me para conversar sobre a Epitaph. Brett e eu nos reunimos com ele e Roy nos mostrou todo o seu plano montado para o álbum de estúdio Against The Grain. Ele nos disse que o trabalho ficaria melhor se reagravássemos e reescrevêssemos tudo sobre sua produção. Esse foi um insulto monumental para três caras que estavam trabalhando em um depósito imprimindo manualmente 100000 cópias e que estavam muito orgulhosos pelo seu trabalho.
Brett Gurewitz: Para o resto do mundo parecia que nós éramos como aqueles historiadores que recriavam a Guerra Civil. “Você continuam fazendo esses shows punks? Que dedicados!”
Jim Lindberg: A explosão no Sul da Califórnia aconteceu quando os surfistas e skatistas colocaram as músicas das nossas bandas em seus vídeos. Quando fizemos nossas primeiras turnês na Austrália e Europa, mais de mil pessoas apareciam nos nossos shows e eles conversavam com nós sobre esses vídeos.
Dexter Holland: Acho que ninguém fez isso sozinho. Todos os fãs que curtiam andar de skate ou surfar amariam facilmente bandas como Pennywise. Estávamos gravando o nosso álbum Smash na época e o crescimento era perceptível a cada semana e perdurou por seis ou nove meses.
Greg Graffin: Eu me preocupava muito com o foco que a gravadora dava em nós. Brett já estava dividido. Encontrei-me com representantes da gravadra Atlantic que me disseram: Não, nós daremos focaremos em vocês!” O que eu sabia?
Brett Gurewitz: Certa noite, estava dirigindo de volta para casa e não queria entrar em casa porque não queria para de ouvir as músicas do álbum Smash. Comecei a andar em volta do quarteirão várias vezes para ouvir o trabalho vezes e mais vezes. Assim que minha esposa me cumprimentou na porta de casa, disse para ela: Querida, vamos ficar ricos!
Greg Hetson (Bad Religion): Não acho que Brett tinha os recursos necessários para vender mais cópias ou as produzi-las de acordo com a demanda. Dez segundos depois que a nós assinamos o contrato com a Atlantic, a banda The Offspring explodiu nas paradas.
Fletcher Dragge: Não sei como aconteceu, algumas semanas depois estava sentad em um restaurante japonês e Come Out And Play chegou nas rádios, e todos começaram a bater seus hashis em qualquer vidro que encontravam por perto. Pensei: “Que diabos está acontecendo aqui?”
Brett Gurewitz: Algumas semanas depois, tudo mudou.
2 comentários:
muito bom
Caramba, muito legal
Abraço
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