2010/10/16

Entrevista: Andrew Neufeld (Comeback Kid)

Autor: Mark Millard
Data: 30/09/2010
Título: Interviews: Andrew Neufeld (Comeback Kid)
Tradutor: ThiagoSNFU
Veículo: PunkNews.ORG
Link: http://www.punknews.org/article/40029

Após o lançamento de seu quarto álbum de estúdio, Symptons + Cures, a banda Comeback Kid vive uma habitual jornada de turnês em clubes, dessa vez com as bandas A Wilhelm Scream, Living With Lions, Parkway Drive a Four Year Strong. O vocalista Andrew Neufeld andou pelas ruas de Vancouver e conversou com Mark Millard sobre o novo trabalho, a direção que ele musicalmente tomou, como ele se encontra indivudalmente como vocalista da banda em oposição há três anos quando ele começou a cantar pelo grupo, dentre muitos outros assuntos.

Mark Millard: Em 2003 a banda lançou o primeiro álbum de estúdio, Turn It Around. Quase oito anos depois, qual é a vibração entre os membros da banda?

Andrew Neufeld: A vibração atual é comum a de antigamente, todos está com um bom estado de espírito. Nós fizemos algumas apresentações no mês passado e participamos de alguns festivais, fizemos algumas turnês aqui e ali. Agora que o novo trabalho foi lançado, o qual nós esperamos muito, temos um ano inteiro planejado. Em 2011 faremos uma turnê mundial e participaremos de muitos outros trabalhos. Estamos ansiosos e entusiasmados para tocar nossas novas músicas e em lugares nos quais nunca tocamos. Muitas das datas e dos locais da turnê nos deixam boquiabertos e não vemos a hora de nos apresentarmos.

MM: Vamos conversar sobre o álbum de estúdio que entusiasmou muitos fãs, Symptoms + Cures. Os arranjos estão diferentes e o peso aumentou. Como aconteceu o processo de composição das músicas?

AN: O processo de composição aconteceu entre o Jeremy, o Kyle e eu. Todos nós juntos. Jeremy e eu criamos os riffs da nossa maneira e depois o grupo se reuniu e ensaiou por três semanas e compartilhamos as nossas idéias. Após esse período nos reunimos novamente por três ou quatro semanas para gravar o álbum e consertar alguns errros que aparecerem aqui e ali. Fizemos algumas turnês, voltamos delas e escrevemos um pouco mais até que finalmente, após a turnê Soundwaves, que aconteceu na Austrália, viajamos para Toronto e gravar a versão final da nossa obra.

MM: Dentro de um estúdio, houveram descobertas e revelações musicais, ou houve apenas um processo natural?

AN: O processo foi realmente muito natural. Nós tínhamos exatamente a mesma idéia do que iríamos fazer. O Comeback Kid não é o tipo de grupo que entra em um estúdio com um punhado de riffs e espera que as músicas brotem do nada. Nós só começamos a gravar depois que todos terminaram as suas partes específicas.

O que mais nos surpreendeu durante a preparação desse álbum foi a parte dos vocais porque nós estávamos escrevendo as músicas e no momento em que ouvíamos as primeiras gravações já sabíamos o destino que queríamos dar a elas. Gastamos mais tempo do que o comum nesse sentido e no fim das contas estamos agradecidos pelo fato que o trabalho todo demorou um pouco mais do que planejamos.

MM: Quanta ênfase foi dada para permitir que as músicas parecessem como se tocadas ao vivo? Analisando os vocais, especialmente na música G.M. Vincent & I, esse conceito fica muito envidente.

AN: Durante o processo de composiçã era nosso objetivo incorporar as cansões as nossas apresentações ao vivo porque é isso o que fazemos na maioria do tempo. Queremos fazer as turnês com um álbum que nossos fãs gostem de escutar. Basicamente nós queríamos canções que fossem divertidas de tocar e elas acabaram transmitindo essa impressão que você citou. Nós sentimos o que ia acontecer e estamos satisfeitos com o resultado final, ainda que nossos álbums anteriores sejam mais obscuros e pesados. Ontem a noite, em Victoria, tocamos algumas músicas pela primeira vez. Tocamos quatro ao vivo, sendo dessas duas que nunca havíamos tocando. A canção The G.M. Vincent foi tocada pela primeira vez e fou muito louco. O álbum foi lançado há poucas semanas e os fãs já sabem canta as músicas. Por isso esperamos incorporar novas músicas e traze-las ao vivo durante as apresentações.

MM: O seu modo de cantar opõe-se aos primeiros trabalhos da banda. Quando você se uniu ao grupo, como você se acostumou com as comparações?

AN: Acho que mudou bem pouco. Na época do Broadcasting.. eu equilibrei o modo como o Scott Wade cantava e como eu queria cantar. Além disso, quis mostrar uma essência diferente do Comeback Kid. Desde os primórdios o Scott e eu escrevíamos as músicas nos preocupando especialmente comi o que ele iria cantar. Agora eu obviamente quero me encaixar na banda e não fazer tudo da minha maneira porque sou o novo líder da banda. Eu não mudaria a maneira de cantar depois de três anos simplesmente porque a minha voz é naturalmenter mais pesada do que o antigo estilo. Existem alguns elementos melódicos entre as canções, mas a única coisa que posso fazer é o que gosto e vivencio durante os shows.

MM: Você acha importante diferenciar o seu modo de cantar com o seu outro projeto, Slights And Sounds?

AN: Claro. Estou sempre tentando fazer algo diferente. Quando escrevo as músicas procuro oferecer algo de diferente. Você está procurando um som natural para o seu corpo, sempre precisará continuar cantando e praticando para se tornar um ótimo vocalista e desenvolver a sua voz. Estamos fazendo uma turnê com a banda Living With Lions e a Stu da banda Misery Signals acabou de se unir ao grupo. Ontem eles tocaram o segundo ou o terceiro show com o novo membro e em seguida eles gravarão seu próximo álbum de estúdio. Não há garantias que a voz dele será a mesma que agradará os fãs que escutaram os trabalhos anteriores. Você sempre terá tipos de vozes diferentes enquanto você tocar diferentes gêneros musicais. Você precisa ser sensitivo e prestar atenção em todos os detalhes de cada uma das suas músicas.

MM: O que esse album significa especialmente para você?

AN: Estou muito feliz com ele porque estamos fazendo as mesmas coisas que de fato fazíamos e planejávamos fazer quando começamos a banda, que era tocar hardcore punk de uma maneira criativa. Somos músicos e queremos continuar nossas vidas caminhando em uma linha reta e continuar produzindo as nossas próprias músicas e as nossas turnês. Esse é um conceito muito simples que funciona para nós.

MM: Você tem alguma faixa favorita nessa gravação?

AN: Eu realmente gostei da música Crooked Floors, mas há algumas outras que eu gostei bastante mas sinceramente não uma favorita.

MM: Dessa vez a banda resolveu não trabalhar mais com o Bill Stevenson e escolheu o Erik Ratz e seu parceiro, Kenny Long. Qual foi a motivação para fazer essa troca?

AN: Decidimos trabalhar com ele porque, em primeiro lugar, queríamos gravar as músicas em nosso país de origem, o Canadá. Chegamos a conclusão que teríamos mais tempo para trabalhar em cima das músicas caso gravássemos em nossa terra natal. Escolhemos o Erik e o Kenny porque, baseado nos caras que nós conhecíamos, eram eles que estavam produzindo o tipo de som pesado que queríamos e por isso pareciam ser a melhor escolha. Nós participamos da pré-produção porque possuíamos nuances das músicas, contudo elas basicamente só se constituam da parte instrumental, e foi nesse momento que os dois nos ajudaram a definir o ritmo das mesmas e sentir a canção em diferentes momentos. Kyle, o nosso baterista, aproveitou muito o modo como gravou a sua parte porque recebeu uma ajuda enorme e Erik e Kyle definitivamente trabalham de uma maneira diferente da qual estávamos acostumados. A direção tomada foi muito meticulosa e o que procuramos foi justamente um som mais barulhento.


Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns pela tradução, cara!