2012/07/30

Resenhas: Ele Queria Que Algo Acontecesse Quando Ele Fizesse Algo

A banda Onde Eu Me Encaixo? foi a primeira a se apresentar as 17:10 e interpretou Direção Da Violência depois de uma breve introdução. A corda de baixo de Ramon arrebentou logo após essa a canção mas seu baixo logo foi substituído, não comprometendo a performance. O quarteto foi muito feliz em escolher tocar várias músicas que não foram gravadas em seu primeiro trabalho. Ele foi lançado em formato digital e físico no final do ano passado e as mais recentes são: Direção Da Violência, Torres E Cruzes, Impossível Será (interpretada ao vivo pela primeira vez), Sempre Há Mais, No Alvo, Quem De Nós? e O Século Do Eu. Durante o intervalo entre as canções, o baterista Vinícius, vulgo Piuí, recomendou o filme The Century Of The Self, dirigido por Adam Curtis e lançado há exatos dez anos. O documentário explica como as grandes corporações e as instituições políticas usaram as ideias do pai da Psicanálise, Sigmund Freud, para manipular os desejos inconscientes das pessoas. Assista-o a seguir:



Esse foi mais um show muito bacana do grupo oriundo de Guarapuava. Naquele momento, o público não foi o suficiente para lotar o porão do centro cultural mas os presentes acompanharam animadamente o show e alguns ainda acompanharam os refrões de Nenhum Brilho e Sociedade Em Cubículos.

Faixas

01 Intro
02 Direção Da Violência
03 Incentivo
04 Torres E Cruzes
05 Ao Lado Dela
06 Impossível Será
07 Sempre Há Mais
08 Nenhum Brilho
09 No Alvo
10 Quem De Nós?
11 O Século Do Eu
12 Sociedade Em Cubículos

Assista a seguir aos vídeos nos quais a Onde Eu Me Encaixo interpreta Torres E Cruzes, Impossível Será, O Século De Eu e Sociedade Em Cubículos:






O segundo grupo que participou do festival foi a Deaf Kids. Oriundos da Cidade Maravilhosa, o trio é saudavelmente liderado pelo guitarrista e vocalista Douglas. Ele é o responsável pelo processo de composição das músicas, ao passo que seus amigos Angu e Mariano são responsáveis, respectivamente, pelo baixo e bat eria nas apresentações ao vivo. A apresentação foi a que mais destoou de todas as outras pois a sonoridade apresentada pela Deaf Kids é bem mais agressiva e menos melódica que a dos outros quatro grupos. Um de seus maiores destaques é o conteúdo de suas letras que abordam temas muito interessantes críticas as religiões, principalmente o cristianismo, e a opressão do homem pela sociedade. Assista a seguir ao vídeo no qual o trio interpreta a música Society Victims:

Durante a performance, Mariano comentou sobre sua felicidade em tocar num espaço como o CCAJ13 por se tratar de um lugar autogestionado no qual ele já morou e encerrar a turnê da banda que se apresentou nos dias anteriores em Blumenau, Florianópolis e Porto Alegre. O grupo gravou e lançou esse ano um split com os amigos da O Mito da Caverna. Clique aqui para ouvir.

Faixas

01 Heretic Anthem #5
02 Christianity Standards
03 Witch Hunt
04 Heretic Anthem #1
05 Heretic Antgem #2
06
07 Contra O Vale
08 Society Victims
09 Suffering Pt I
10 Heretic Anthem #3
11 Happiness In Slavery

A metade do festival foi marcada pelo início da apresentação da Better Leave Town, responsável por trazer boa parte do público presente. O quarteto, visivelmente influenciado por Hot Water Music e outras bandas da mesma cena, tocou mais uma vez no CCAJ13 e interpretou canções de seu primeiro EP, Home Money Love, e outras que serão gravadas em muito breve. Entre uma canção e outra, João (compositor, guitarrista e vocalista da banda), anunciou que a Better Leave Town lançará a versão física de seu trabalho inicial em show com a Nunca Invenro na Casa Do Xao no próximo domingo, dia 5. A apresentação foi muito produtiva sólida, mesmo com um pequeno problema no volume do baixo e no microfone de João. Assista a seguir aos vídeos nos quais o quarteto interpreta She Hates Winter, Memories And Numbers e Landless Hearts:





Faixas

01 Memories And Numbers
02 A Fucking Trap
03 She Hates Winter
04 Bring Us Peace
05 Landless Hearts
06 Sick
07 Mr. Banana Monster

A Campbell Trio foi a penúltima atração da noite. O trio, formado pelos irmãos Diego e Rafael Poloni, e o amigo André Zinelli, viajou mais de 700 quilometros e tocou para um público que praticamente lotou o porão. A maioria das canções executadas fizeram com que o ambiente entrasse em uma vibe de um show do Fugazi, com suas diferenças óbvias e peculiares, é claro. Fato é que em determinados momentos a voz de Diego lembrava a de Guy Picciotto em In On The Kill Taker. Além da qualidade musical, a performance foi divertida por causa dos comentários entre as músicas, o que fez com que o público pedisse ainda mais e a organização do evento cedesse tempo além do determinado para que o trio continuasse a se apresentar.

Faixas

01 Don Copal Of The Department Of Death
02 I Un Us, A Love Letter
03 Pat Morita
04 Sem Título
05 Salvador Limones Lost Souls Alliance
06 Through The Blue Note
07 No Hugging, No Learning, Black David
08 Fake Shemp
09 To Ivy Lee
10 Part #2
11 Bebop
12 Sem Título
13 Y's

A última banda da noite é na verdade uma dupla: o baterista Juliano Pereira e o guitarrista e vocalista Thiago Fusco formam a 2 Portas. O que é possível fazer com apenas dois instrumentos, a princípio tão banais e e recorrentes em inúmeros gêneros musicais? Muito! Em tempos como o que vivemos onde, para a maioria alienada, muito é sinônimo de qualidade, faz-se necessário destacar uma proposta como essa que consegue oferecer muito com pouco. Por causa do inevitável atraso na apresentação dos grupos anteriores, boa parte do público deixou o recinto. Mesmo assim, Juliano e Thiago capricharam na performance em com o espaço mais vaziom foi ainda mais gostoso de se aproveitar uma performance como essa, visto que a nitidez musical e poética ficou ainda visível. O autor da resenha deixou o porão do CCAJ13 por causa de um início de dor de cabeça mas conseguiu ouvir, gravar e sentir a poesia das primeiras músicas do set list e ter uma ótima impressão da dupla. Assista aos vídeos a seguir:

Seu primeiro e até o momento mais recente EP, Nada Que Há Nos Agrada, foi lançado esse ano e possui três faixas que na verdade formam uma só música homônima. Clique aqui para baixar a ouvir.

Faixas

01 Cadastro
02 Sirene
03 Contraste
04 Urano
05 Breathe (Pink Floyd)
06 Embarque / Desembargue
07 Nada Que Há
08 Nos
09 Agrada

O festival Ele Queria Que Algo Acontecesse Quando Ele Fizesse Algo foi mais uma daqueles eventos especiais nos quais os convidados compartilharam um momento ímpar. A coletânea Tomo I foi distribuída em formato físico e as bandas venderam itens de seu merchandise como adesivos, camisas, CDs e, como de costume, houve também troca de material independente.

Tomo I

Um comentário:

João P. disse...

po, muito massa hein cara!!

só completando ali o set do better leave town, a música 02 é A fuckin' trap, a 05 é landless hearts e a 07 é mr. banana monster.

parabéns pelo blog!

xao