2011/11/14

Resenhas: Sonic Youth @ SWU

Dois dos três fundadores da banda, Kim Gordon e Thurston Moore, foram vistos juntos dentro do camarim e pegaram a mesma van do local até o palco. Apesar do divórcio anunciado no começo do mês passado, a educação entre os músicos continua e isso mostra o respeito que poderia ser seguido por muitos membros de bandas, antes ou após o fim de suas carreiras.

O grupo Sonic Youth subiu ao palco as 19:10. Gordon escolheu um visual no limite do ousado para a noite: vestido com abertura nas costas e salto alto. Segurando seu baixo Gibson, a artista ocmeçou a interpretar e a tocar a primeira música da noite: Brave Men Run. Simultaneamente, o baixista Mark Ibold, que divide seu tempo entre o Sonic Youth e o quinteto Pavement, acompanhou a musa do rock alternativo em todas as canções. Durante a música seguinte, os músicos que estavam a frente do baterista Steve Shelley cantaram o refrão de Death Valley '69 enquanto Lee Ranaldo distorcia sua guitarra pela 1a vez na noite, mostrando toda sua criatividade e a originalidade de uma banda que, em 30 anos de carreira, contribuiu com muitas mudanças e sugestões para os diferentes sons do instrumento. A vocalista se divertiu muito durante a interpretação e chegou a dançar, pular e a rodar muito em volta de si mesma, não se importando com o impacto do salto com o chão.

O tema da próxima canção é sobre como uma garota deve se comportar em uma banda com a maioria dos membros homens. Gordon continuou a dançar muito assim que Ranaldo tocou as primeiras notas de Sacred Tricksister. Na sequência, a diva pegou sua guitarra pela 1a vez e tocou os riffs de Calming The Snake. Durante a interpretação, ela finalmente atingiu seu timbre característico.

A troca de instrumentos foi muito frequente e aconteceu praticamente a cada intervalo entre as músicas. A famosa máquina de lavar roupa apareceu pela primeira vez no telão. O equipamento aparece na camisa de dois rapazes que ilustram a capa do 9° álbum de estúdio da banda, Washing Machine, lançado no dia 26 de setembro de 1995 pela gravadora DGC. Mote não animou muito o públio presente, mas o final de sua interpretação reservou um momento diferente da performance. Enquanto Ranaldo tocava usando distorção, Shelley utilizou um chocalho para tocar bateria e Moore usou a guitarra para fazer o mesmo que o primeiro e chegou a posiciona-la em cima da câmera que estava sendo utilizanda pela rede de televisão que exibiu o festival ao vivo.

Crozz The Breeze foi muito bem recebida pela platéia e durante sua execução, Ranaldo usou todos os seus 5 pedais. Moore agradeceu a presença dos fãs, pela espera para ver o Sonic Youth mais uma vez no Brasil e elogiou os irmãos e irmãs brasileiros. Ele aproveitou a ocasião para anunciar a próxima canção: Schizophrenia, 1a faixa do 4°álbum de estúdio, Sister, lançado em junho de 1987 pela gravadora SST e anos depois relançado por diversas empresas: Au Gogo, Blast First, DGC e Flyin Nun. Uma das músicas que mais animou os presentes foi Drunken Butterfly. Um dos motivos foi a aula de interpretação musical que Kim Gordon deu.

Nas canções seguintes, Starfield Road, Flower e Sugar Kane, o grupo mostrou aos milhares de expectadores porque é considerado um dos principais nomes do rock alternativo. Em Starfield Road, Ranaldo utilizou uma chave de fenda para executar a técnica conhecido pelos guitarristas como slide. Na última, o equipamento escolhido foi uma baqueta. Nem mesmo o baterista fica na sombra de um grupo tão heterogêneo como esse.

A última canção da noite foi um dos maiores sucessos da banda: Ten Age Riot. No final, todos os músicos extravazaram e tocaram os últimos versos da música de forma caótica, a ponto de Moore deitar no chão e lamber as cordas de sua guitarra. A performance toda foi muito boa se considerar a limitação que um setlist de festival possui. Uma apresentação em um pequeno clube ou qualquer lugar coberto e fechado seria mais interessante e ao mesmo tempo quase impossível por causa do número de fãs que a banda conseguiu após todos esses anos na ativa, dezesseis álbuns de estúdio e uma série de 9 EPs recheados de experimentação musical e lançados em diferentes línguas.

Show de despedida? Prefiro acreditar que não. Um último show precisa ser bem mais comprido e inspirador do que esse, mas para um último gostinho em terras brasileiras, até que essa apresentação foi bacana.

Faixas

01 Brave Men Run
02 Death Valley 69
03 Sacred Tricksister
04 Calming The Snake
05 Mote
06 Cross The Breeze
07 Schizophrenia
08 Drunken Butterfly
09 Starfield Road
10 Flower
11 Sugar Kane
12 Teen Age Riot

Um comentário:

Kamisamuur disse...

Falou tudo thiago ...pros brazucas pode ser sim ...uma despedida ,mas pra banda ...não !!! Imagino eu q infelizmente pro fim dela , eles chamariam uma par de musicos q eles gostam . tipo iggy Pop e varios outros rs ...o q vira pela frente é incertezas , mas oq ficou ...sera eternizado pra todo o sempre !
Sonic Rules !!!