Data: 2011/04/18
Título: Keith Morris: OFF!, Circle Jerks E Black Flag
Tradutor: Marco Lima (Repo Man)
Veículo: Portal Rock Press
Link: http://portalrockpress.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=4587
Eis aqui a síntese do velho punk. O cara se empenhou nos anos 70/80 em fazer história praticamente inventando o hardcore cantando ao lado do Black Flag. Não satisfeito, ao ser expulso da banda, criou uma das melhores coisas que bombou nos walkmen dos skatistas norte-americanos da época: o Circle Jerks. Atualmente, já tiozão e com um rasta passando dos joelhos, Keith Morris meio que renasceu com o OFF!. Nessa exclusiva para o Portal Rock Press ele se mostrou um cara muito gente fina, expondo seus lados político, sarcástico, divertido, moleque e, muitas vezes, escroto.
Marco Lima: Já que é a primeira vez que você é entrevistado por um site brasileiro, vamos começar pela sua infância. Você nasceu nos EUA?
Keith Morris: Sim, nasci e sempre vivi aqui mesmo nos EUA! Somos o maior país do planeta porque temos bombas, tanques de guerra, mísseis teleguiados e os sagrados “Vermelho, Branco e Azul” (cores da bandeira americana)! Estou sendo sarcástico porque não apoio nenhum governo americano ou nossos militares. Eu não quero de forma alguma nenhum soldado ferido, assim como os afegãos, os paquistaneses, os iranianos, os egípcios, os iraquianos ou muçulmanos, sejam feridos ou mortos! Assim como em qualquer lugar do mundo, temos muito o que fazer aqui nos EUA. Precisamos criar empregos, pavimentar estradas, reconstruir pontes e alimentar pessoas famintas! E, pra piorar, dependemos dos nossos militares para nos ajudar a parar com o derramamento de óleo no Golfo do México e a derrubar o “império do mal”.
ML: Como e quando você começou a se envolver com a cena hardcore?
KM: Eu nunca me envolvi na cena, assim como nunca me envolvi com grande parte das coisas que fiz. Eu só cheguei do nada nesse meio, senti algo e, como quem não quer nada, comecei a ajudar e tal. De repente, lá estava eu no meio disso tudo. Nada foi premeditado! Nunca assinei nada me voluntariando pra essa atividade (a música). Simplesmente aconteceu! Não sou um “punk” ou um “hardcore” e, muito embora eu tenha sido rotulado como sendo os dois, na real eu sou membro apenas de uma “cena” ou parte de uma “categoria” ou “gang” conhecida como “raça humana”. E só! Eu jamais conseguiria disputar com o visual de um Sid Vicious, por exemplo. Também me rotulam d, roupas, costume ou moda mas sim pelo que você traz na sua mente e no seu coração.e hippie e isso não me incomoda porque acho idiota ser bonitinho e intelectual! E eu digo isso não pelo cabelo
ML: E o Black Flag? Foi sua primeira banda?
KM: O Black Flag foi minha primeira experiência no rock em que na verdade fiz música/barulho ou como você queira chamar. Greg Ginn e eu éramos dois moleques frustrados que cresceram cansados da maioria das bandas chatas e que não honravam o rock! Adorávamos MC5, Ted Nugent, Black Sabbath, F-Word, Skulls, Plugz, Randoms, Dead Kennedys, D.O.A., Dead Boys, Grand Funk, Black Oak Arkansas, Iggy And The Stooges, Fear, Velvet Underground, Journey, Nuns, Crime, Aerosmith, Grateful Dead, Ramones. Damned, Alley Cats, Bags, Weirdos, Screamers, Lynyrd Skynyrd, Germs, Eyes, Middle Class, Controllers, Clash, Blondie, Alice Cooper, Thin Lizzy, Detroit Dogs, The Last, Dils, Cramps, Zeros, Patti Smith, Dictators, Blue Oyster Cult, X, Flesh Eaters, Dickies, Avengers e algumas outras, exceto as que foram totalmente extintas simplesmente por não terem habilidade para criar suas próprias músicas. Bandas ruins copiam músicas ruins de bandas ruins!
ML: É verdade que o Black Flag antes se chamava “Panic”?
KM: Foi o nosso primeiro nome até descobrirmos uma banda homônima na França e nós não estávamos a fim de ser processados ou entrar em acordos legais sem noção com advogados porque senão aí estaria feita a merda. Ginn quis então que o nome mudasse para “Rope”, até que Raymond Pettibon, o artista que desenhava nossos flyers, veio com a ideia do nome Black Flag e as quatro barras que mais tarde se tornariam nosso símbolo.
ML: Por que você saiu do Black Flag logo após o lançamento do EP de quatro músicas, “Nervous Breakdown”?
KM: Com o tempo fiquei farto da conduta da banda. E como fomos banidos de todos os clubes de Los Angeles, ensaiávamos de tres a cinco horas por noite durante seis ou sete dias na semana! Estávamos praticamente tocando para nós mesmos e apenas entre a gente! Senti também que minha amizade com Greg Ginn havia acabado, inclusive eu era constantemente apontado como o atraso de vida da banda. Achei melhor não discutir e senti que era hora de sair fora! Na época, desenvolvi dois hábitos péssimos me tornando alcoólatra e cheirador de pó. Comecei o Circle Jerks duas semanas após deixar o Black Flag.
ML: Ao formar o Circle Jerks, você teve dificuldade em achar os outros caras (Greg Hetson, Roger Rogerson e Lucky Leher)?
KM: Não. Na real foi bem fácil e eu apenas me deixei fluir pela conspiração do universo. Greg e Lucky fizeram um ensaio-avaliação para o Red Cross e ambos ficaram desmotivados quando Steven e Jeffrey McDonald (dois irmãos que fundaram o Red Cross) disseram que Lucky era muito “profissional”. Hetson ficou de saco cheio dos irmãos McDonald e, então, ele pulou fora do Red Cross. Foi aí que eu entrei na história. Eu sempre ia beber no porão da igreja e lá, do nada, apareceram Greg e Lucky com um ar de totalmente putos da vida. Perguntei o que havia acontecido e se o projeto havia gorado e eles não se mostraram nada felizes! Eu olhei pra eles, depois que eles me contaram como foi, aí disse: “bom, eu sou um vocalista, você é um guitarrista e você é um batera, então tudo que nós temos que fazer é encontrar um baixista para sermos uma banda”. Aí logo encontrei o Roger bebendo cerveja em frente ao Anti Club, em Hollywood e aí algumas semanas depois nós começamos a ensaiar nossas músicas na minha garagem, em Inglewood, CA.
ML: Roger Rogerson ainda era baixista do Circle Jerks quando morreu?
KM: Nós chutamos o Roger da banda doze anos antes de ele morrer. Quer saber? Sou péssimo com datas, dias, meses, anos e em tentar manter toda a cronologia da história do Circle Jerks, mas sei que tivemos sete baixistas diferentes depois do Roger. Ele era um xarpe! Em poucos anos na banda nós descobrimos algumas características nele que a gente não curtia, mas a gente estava tão empenhado nessa bagunça toda que aí já era tarde! De fato, a morte dele não nos surpreendeu, pois ele chegou a sofrer uma overdose de heroína e, ainda assim, o deixamos continuar na banda. “Red Blanket Room".
ML: O Circle Jerks teve dois hiatos, de 1989 a 1993 e 1997 a 2006 (por favor, me corrija se eu estiver errado). O que você fez durante esses intervalos? Você participou de alguma outra banda?
KM: Não poderia te corrigir porque, como disse antes, sou péssimo nesses bagulhos de datas. Mas nessa época lembro que viajei muito e cheguei a morar em Richmond, Virginia, Boston, Massachusetts, Charlotte, Carolina do Norte, no extremo leste de Manhattan e em Nova Iorque, onde morei em números e alfabetos variados. Tentei me juntar a algumas bandas de rock, mas não deu certo porque os outros integrantes sempre tinham algo mais importante pra fazer. Montei então o Buglamp, na tentativa de ser uma banda de rock ‘n’ roll barulhenta. Tivemos ofertas de dois multi-milhões de dólares mas eu não estava a fim de fazer parte de uma banda chamada “A Banda do Keith Morris”. Depois os dois guitarristas e o baterista saíram pra tocar em outros projetos.
ML: O Circle Jerks lançou o álbum (último de estúdio até o momento) Oddities, Abnormalities And Curiosities em 1995. com a participação da cantora pop DebbieGibson numa música. Como foi que rolou essa participação?
KM: Essa gravação (”I Wanna Destroy You”, cover dos Soft Boys) foi produzida por uma grande pessoa chamada Niko Bolas. Ele já trabalhou com Keith Richards (um dos caras que co-escreveu “Satisfaction”, “Jumping Jack Flash” e outras zilhões de músicas famosas) e Neil Young, o qual credita grande parte de sua biblioteca músical a ele. Niko tinha terminado de produzir o álbum de Deborah Gibson que já estava quase pra ir às lojas, e eles estavam empenhados em oferecer aos fãs temas sobre o cotidiano de pessoas apaixonadas. Ela veio ao estúdio duas vezes durante a gravação do nosso álbum. Andou por lá e um dia eu percebi que ela na verdade curtiu uma de nossas músicas. A gente estava no processo de gravação de “I Wanna Destroy You” e queríamos evitar vozes masculinas no backing vocal. Decidi então perguntar a Debbie se ela se interessava e ela disse que sim, E é claro que a mãe dela estava lá naquele dia e eu tive que explicar o que significava a letra da música. Foi aí que acabou a nossa complacência com a madame!
ML: Depois de 29 anos de vida, o Circle Jerks fez a primeira tour sulamericana (Brasil, Argentina e Chile). Você lembra de alguma passagem curiosa durante essa tour, em especial aqui no Brasil?
KM: A coisa mais curiosa pra mim era “Por que não fomos tocar no Rio de Janeiro?” Eu queria ir ao topo da montanha que tem a estátua gigante e dar uma checada no visual! Talvez eu praticasse um pouco de body surf se tivesse algumas ondas. Ou flagrasse o Zander (baixista) tentando dar uns pegas em alguns travecos.
ML: E essa tour seria em novembro de 2008, mas a banda a adiou para março de 2009 devido a um mal súbito sofrido num hotel durante a tour do Turbonegro, em Oslo (Noruega). O que houve afinal?
KM: Eu sou diabético e, por causa disso, sofro de um outro mal chamado cetoacidose, que é uma deficiência de insulina que, por consequência, derruba a taxa de nutrientes conforme o corpo acumula gordura. Nesse processo, há um acúmulo de acidez e a taxa de glicose sobe imediatamente enquanto que o pH do sangue cai. Tive uma crise dessa e vomitei direto durante vinte e quatro horas, entrei em coma e fiquei internado por sete dias. E apesar de a comida na Noruega ser horrível , uma das enfermeiras era muito gostosa! E eu tive um sonho muito louco sob efeito de valium no qual eu lutei contra um dragão que expirava fogo e acabei matando ele. E minha recompensa foi comer a Miss Noruega!
ML: Como está sua saúde agora?
KM: Tem dias que eu estou legal, tem dias que não. E assim vai. Depende do que eu estou fazendo, ou o que eu estou consumindo. Procuro me manter o melhor possível!
ML: Quais bandas você costuma escutar (das antigas às novas)?
KM: Já listei algumas dúzias aqui antes, mas vou continuar essa lista: Sparks, Chambers Brothers, Sonic Youth, Led Zeppelin, The Move, Golden Earring, Superchunk, Television, Blind Faith, Jesus Lizard, Leon Russell, The Who, Kinks, Hollies, Troggs, Status Quo, The Only Ones, Gil Scott-Heron, Swamp Dogg, Sly And The Family Stone, Turbonegro, Fucked Up, Brutal Knights, Trash Talk, Autolux, 400 Blows, No Bunny, Red Onions, Cerebral Ballzy, Whoa! Hunx, Screaming Females, Deerhunter, Tamryn, Traffic, Stray Dog, Amazing Baby, The Association, Cowsills, Monotonix, Ryan Adams And The Cardinals, Monster Magnet, 360's, Deep Purple, Captain Beyond, Frank Zappa And The Mothers Of Invention, The Beatles, Rolling Stones, Abba, The Dictators, Scientists, Beasts Of Bourbon, Swervedriver, Ride, Chuck Berry, Ac/Dc, Easybeats, David Bowie And The Spiders From Mars, Mott The Hoople, Bad Brains, Badfinger, The Music Machine, Seeds, Doors, Love, Buffalo Daughter, Buffalo Springfield, Buzzcocks, Magazine, Roxy Music, Brian Eno, Sparklehorse, Eat, Steppenwolf, Sun Dial, The Yardbirds, Howlin' Wolf, Little Richard, Screaming Jay Hawkins, Link Wray, Freddie King, Ufo, Uriah Heep, That Petrol Emotion, Jane's Addiction, Guided By Voices, The Soundtrack Of Our Lives, Redd Kross, PJ Harvey, The Sensational Alex Harvey Band, Soundgarden, Mudhoney, Magic Dirt, Trash Can School, The Blasters, Zz Top, The Byrds, Flying Burrito Brothers, Nick Drake, Bob Dylan, Crystal Antlers, Cobra Verde e Crowbar Salvation, apenas alguns nomes!
ML: Muitas pessoas que tocam ou apenas curtem punk rock e hardcore praticam surfe ou skate. E você?
KM: Eu cresci na praia, ou seja, no meio de surfistas, skatistas, skimboarders, body surfing [o famoso “jacaré”], asa delta, esqui aquático e, quando a neve caía das montanhas, a pegada era o esqui na neve, snowboard e qualquer coisa que fosse rápido e fizesse a gente gritar: “Go for it!”. Eu parei de andar de skate em 1973 porque nós começamos com rodinhas de metal e, mais tarde, rodinhas de argila. Aí minhas pernas ficaram com tantos ferimentos e hematomas que desisti de continuar. Muitas torções e ossos fraturados pro meu gosto, e ainda com o tempo enjoei de skate. Então hoje o meu papo é body surfing!
ML: Agora sobre a sua nova banda, o OFF! Achei interessante o lance do Dimitri Coats assinar como produtor do que seria o primeiro álbum do Circle Jerks em 14 anos. Conta essa história direito.
KM: Como nós fomos cretinos! Pior é que não foi culpa do Dimitri, mas sim dos outros tres patetas, os outros integrantes do Circle Jerks, que nos apresentaram um ao outro nos dando a oportunidade brilhantamente insana de montar o OFF!. Não consigo imaginar até agora aqueles caras dizendo para o Dimitri que não queriam mais trabalhar com ele porque apenas nós dois escrevemos 90% do álbum. A desculpa deles é que nossas músicas não estavam boas o bastante para estarem num álbum do Circle Jerks. Eles podem sair tocando sozinhos agora! Esses três caras podem ir até a praia, tirar as camisas, dar as mãos e ficar pulando na areia. Desde quando você chega no vocalista ou letrista e no cara que foi um dos que mais contribuiu no trabalho e diz que as músicas que ele co-escreveu não são boas para estar num álbum? Todas as coisas e eventos que contribuíram para o nascimento do OFF! eram para ter acontecido com o Circle Jerks, mas já que foi assim, agora estou tocando o barco e curtindo muito estar nessa banda. O C deve gravar um disco dentro de três ou quatro anos, isso se eu decidir fazer parte desse círculo egoísta, arrogante, ególatra que eles fecharam. A mentalidade dos caras era tipo “nós somos o Circle Jerks e podemos escrever qualquer bosta que quisermos e mesmo assim nossos fãs amarão”. Uma merda essa atitude! As músicas que os tres escreveram não eram dignas sequer para um álbum do Good Charlotte!
ML: E como foi a criação das músicas do OFF! durante os intervalos de gravação no estúdio? Você de fato achou que o entrosamento musical entre você e Dimitri Coats funcionava melhor do que em suas antigas bandas?
KM: Nossa parceria funcionou muito bem no processo de composição musical. Nós descobrimos a “máquina do tempo de seis cordas”, a qual transportava não apenas nós dois, mas também Steven McDonald e Raymond Pettibon de volta a uma igreja batista na Avenida Manhattan com a Avenida Pier em Hermosa Beach, Califórnia. Lá havia um clube que recebeu shows históricos do Black Flag, bem como Red Cross, The Last, Alleycats, Descendents, Germs, Ella And The Blacks, Gears, Simpletones e futuros membros do Circle Jerks, Flesheaters, Gun Club, Cramps, Misfits e muitos outros.
ML: Então o início do OFF! foi por mero acaso?
KM: Mais uma vez deixei que o universo agisse por si só e certas situações se desdobraram de forma que fogem do nosso conhecimento ou controle. Quem sou eu pra dizer isso, mas coisas incertas aconteceram. E às vezes você simplesmente vai onde o destino te leva! Sempre fui um idiota que fudia com o andamento das coisas, atrasando o lado de tudo que seguia em frente, só que dessa vez eu não vou fazer isso!
ML: Por que você costuma dizer que Raymond Pettibon é o quinto membro honorário do OFF!?
KM: Porque ele é um puta tocador de pandeiro, e ainda temos que dar vazão aos talentos dele nesse instrumento de percussão! Nós sentimos a energia que Dimitri e eu trouxemos para o espaço artístico que improvisamos pra Raymond no estúdio e assim que ele começava a ouvir nosso “First Four EPs” ele logo sacava que estávamos tocando e sentíamos que ele queria fazer parte do cenário do OFF!, onde quer que ele estivesse! Então ele permitiu que usássemos umas partes de trampo artístico dele. Por muitos anos, Raymond jamais permitiu que uma banda tirasse um trampo artístico do estúdio dele para depois ser cortado, coberto com outro desenho, rasurado ou zuado de diversas outras formas. Ele também sabe que, de nossa parte, o papo é sincero!
ML: E quanto ao show no 6th Warehouse, em Los Angeles? Você chegou a dizer que “a vibe foi exatamente como num show do Black Flag”.
KM: Esse show estava com uma vibe muito legal e uma energia positiva! Às vezes esses shows atraem uma porrada de vândalos que só querem arrumar confusão e agir de forma estúpida. O lance que o OFF! faz não justifica essas atitudes e não é uma trilha sonora pra criar idiotas. Seja esperto porque há normas de conduta que eles (as autoridades) esperam que você siga e a última coisa que precisamos fazer é dar razão a eles! Se você age como um criminoso, será tratado como um criminoso! Se você age como um chimpanzé, você tem mais é que ser colocado numa jaula no zoológico!
ML: Nesse show você tinha um “X” na mão esquerda. Você tem alguma ligação com as ideias straight edge?
KM: Não mesmo! Eu não sou “straight edge” nem jamais fui. Aquilo é a marca que o porteiro do clube faz pra controlar quem pagou pra entrar no local.
ML: E quanto à caixa que saiu do OFF!, “The First Four EPs”, pela gravadora Vice?
KM: Ah, sim! A caixa. Minha ideia no começo era continuar bem ao nosso ritmo escrevendo músicas quando sentíssemos que era a hora, sem pressa. Eu queria lançar um EP com quatro músicas a cada tres ou quatro meses onde, mais tarde, lançaríamos quatro ou cinco EPs combinados num álbum completo. Essa caixa nos foi proposta pela gravadora Vice quando ela veio até nós e nos disse que tínhamos um leque de oportunidades que não era oferecido a nenhuma das bandas do selo deles (Chromeo, Davila 666, Raveonettes, Black Lips, King Khan And The Shrines, Pierced Arrows). Só que se no prazo que a Vice nos deu não achássemos tempo suficiente, simplesmente não rolaria. A gente “pulou um arco de fogo” pra cumprir o prazo e realizamos um trampo digno de seis meses num empenho de apenas quatro semanas!
Pra finalizar, esse ping pong aí:
ML: Obrigado pela entrevista, Keith. Sucesso com o OFF!
ML: Então o início do OFF! foi por mero acaso?
KM: Mais uma vez deixei que o universo agisse por si só e certas situações se desdobraram de forma que fogem do nosso conhecimento ou controle. Quem sou eu pra dizer isso, mas coisas incertas aconteceram. E às vezes você simplesmente vai onde o destino te leva! Sempre fui um idiota que fudia com o andamento das coisas, atrasando o lado de tudo que seguia em frente, só que dessa vez eu não vou fazer isso!
ML: Por que você costuma dizer que Raymond Pettibon é o quinto membro honorário do OFF!?
KM: Porque ele é um puta tocador de pandeiro, e ainda temos que dar vazão aos talentos dele nesse instrumento de percussão! Nós sentimos a energia que Dimitri e eu trouxemos para o espaço artístico que improvisamos pra Raymond no estúdio e assim que ele começava a ouvir nosso “First Four EPs” ele logo sacava que estávamos tocando e sentíamos que ele queria fazer parte do cenário do OFF!, onde quer que ele estivesse! Então ele permitiu que usássemos umas partes de trampo artístico dele. Por muitos anos, Raymond jamais permitiu que uma banda tirasse um trampo artístico do estúdio dele para depois ser cortado, coberto com outro desenho, rasurado ou zuado de diversas outras formas. Ele também sabe que, de nossa parte, o papo é sincero!
ML: E quanto ao show no 6th Warehouse, em Los Angeles? Você chegou a dizer que “a vibe foi exatamente como num show do Black Flag”.
KM: Esse show estava com uma vibe muito legal e uma energia positiva! Às vezes esses shows atraem uma porrada de vândalos que só querem arrumar confusão e agir de forma estúpida. O lance que o OFF! faz não justifica essas atitudes e não é uma trilha sonora pra criar idiotas. Seja esperto porque há normas de conduta que eles (as autoridades) esperam que você siga e a última coisa que precisamos fazer é dar razão a eles! Se você age como um criminoso, será tratado como um criminoso! Se você age como um chimpanzé, você tem mais é que ser colocado numa jaula no zoológico!
ML: Nesse show você tinha um “X” na mão esquerda. Você tem alguma ligação com as ideias straight edge?
KM: Não mesmo! Eu não sou “straight edge” nem jamais fui. Aquilo é a marca que o porteiro do clube faz pra controlar quem pagou pra entrar no local.
ML: E quanto à caixa que saiu do OFF!, “The First Four EPs”, pela gravadora Vice?
KM: Ah, sim! A caixa. Minha ideia no começo era continuar bem ao nosso ritmo escrevendo músicas quando sentíssemos que era a hora, sem pressa. Eu queria lançar um EP com quatro músicas a cada tres ou quatro meses onde, mais tarde, lançaríamos quatro ou cinco EPs combinados num álbum completo. Essa caixa nos foi proposta pela gravadora Vice quando ela veio até nós e nos disse que tínhamos um leque de oportunidades que não era oferecido a nenhuma das bandas do selo deles (Chromeo, Davila 666, Raveonettes, Black Lips, King Khan And The Shrines, Pierced Arrows). Só que se no prazo que a Vice nos deu não achássemos tempo suficiente, simplesmente não rolaria. A gente “pulou um arco de fogo” pra cumprir o prazo e realizamos um trampo digno de seis meses num empenho de apenas quatro semanas!
Pra finalizar, esse ping pong aí:
Hardcore / Punk Rock: Quem liga? Isso precisa de mais descrições.
Esporte: Sexo!
Filmes: Micmacs, Gojira, The Good The Bad And The Ugly, Lawrence Of Arabia, Juliet Of The Spirits, Wild In The Streets, Goodfellas
OFF!: Me deixa empolgado!
Circle Jerks: Não agora!
Black Flag: A reunião do Black Flag o deixou na mesma situação do Circle Jerks. Ridículo!
Drogas: Não uso mais, mas quando era jovem usei muito porque não estava nem aí pro futuro!
Álcool: É como as drogas, tipo uma fábrica de mijo!
Estados Unidos: Quero me mudar pra outro lugar!
Los Angeles: É um lugar bem legal, só que eu preciso sair daqui pra fazer shows!
Brasil: Tem um churrasco muito bem feito!
Você já pisou no seu cabelo? Fiz isso hoje (19/2/2011). Eu estava sentado no meu sofá e pisei no meu cabelo na hora que eu levantei pra trocar de LP no toca-discos. Vou cortar essa porra!
Esporte: Sexo!
Filmes: Micmacs, Gojira, The Good The Bad And The Ugly, Lawrence Of Arabia, Juliet Of The Spirits, Wild In The Streets, Goodfellas
OFF!: Me deixa empolgado!
Circle Jerks: Não agora!
Black Flag: A reunião do Black Flag o deixou na mesma situação do Circle Jerks. Ridículo!
Drogas: Não uso mais, mas quando era jovem usei muito porque não estava nem aí pro futuro!
Álcool: É como as drogas, tipo uma fábrica de mijo!
Estados Unidos: Quero me mudar pra outro lugar!
Los Angeles: É um lugar bem legal, só que eu preciso sair daqui pra fazer shows!
Brasil: Tem um churrasco muito bem feito!
Você já pisou no seu cabelo? Fiz isso hoje (19/2/2011). Eu estava sentado no meu sofá e pisei no meu cabelo na hora que eu levantei pra trocar de LP no toca-discos. Vou cortar essa porra!
ML: Obrigado pela entrevista, Keith. Sucesso com o OFF!
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