2011/03/13

Resenhas: Comeback Kid + Sick Of It All: 2011 03 12 Music Hall, Curitiba, Paraná

Há pouco mais de uma hora a banda Sick Of It All tocava a música Us Vs. Them, a última do setlist, quinta faixa de seu quarto álbum de estúdio, Built To Last, no John Bull Music Hall, em Curitiba, Paraná. Um dos maiores nomes do gênero musical hardcore da cidade de Nova Iorque voltou para a capital ecológica cinco anos após sua última apresentação, acompanhada do grupo canadense Comeback Kid, que também já conhecia Curitiba. O quinteto de Winnipeg subiu ao palco na cidade pela primeira vez no final de 2008, no Hangar Bar, em show mais do que especial que marcou a despedida da banda Colligere, que já anunciou que se apresentará na sexta edição do festival Verdurada Curitiba.

As duas bandas mais uma vez cumpriram as expectativas e fizeram alegria de no mínimo duas gerações de fãs que cantaram a maioria de suas músicas e acompanharam cada trecho de hinos como Step Down e Wake The Dead. O grupo paulista One True Reason atravessou a fronteira estadual para abrir as apresentações principais.

One True Reason


Sonho realizado. Essas foram as palavras mais do que sinceras do vocalista Bruno Morales, que confessou o prazer de subir ao palco antes da banda Sick Of It All. Da mesma maneira que fizeram no ano passado, quando abriram as apresentações principais dos grupos H2O e Terror,
One True Reason interpretou cerca de dez músicas nos moldes do NYHC com letras sobre irmandade, respeito, união e verdade.

Comeback Kid

A performance da banda canadense foi mais curta que o show que aconteceu há três anos. Mesmo assim, o público presente aproveitou cada minuto das músicas e até mesmo dos intervalos entre uma canção e outra para acompanhar o vocalista Andrew Neufeld, seja interagindo respondendo suas perguntas ou cantando e gritando durante os sing alongs. A base de fãs do grupo está crescendo a cada ano e ficando ainda mais fiel, visto que fãs da cidade de Piracicaba, localizada no interior de São Paulo, viajaram só para viver este momento único. Andrew chegou a confundir as duas cidades e sem querer soltou um “Piracitiba” que gerou risadas e logo foi consertado pelo próprio.

Faixas

01 Talk Is Cheap
02 Do Yourself A Favor
03 Broadcasting
04 False Idols Fall
05 All In A Year
06 G.M. Vincent & I
07 Die Tonight
08 Because Of All The Things You Say
09 Partners In Crime
10 Step Ahead
11 Changing Face
12 The Trouble I Love
13 Wake The Dead
14 Final Goodbye

Sick Of It All

A banda mais esperada da noite subiu ao palco logo após o apagar das luzes e uma breve introdução direto da mesa de som. A canção escolhida para abrir o show foi a mesma que o grupo escolheu para gravar seu segundo álbum ao vivo, Live In A Dive, lançado no dia 13 de agosto de 2002 pela gravadora Fat Wreck Chords. As três próximas músicas, Death Or Jail, Uprising Nation e The Divide, todas faixas de seus dois álbuns de estúdio mais recentes, Based On A True Story e Death To Tyrants, animaram os fãs mais novos, que provavelmente não conhecem ou viveram os 25 anos de carreira da banda, que está fazendo turnês pelo mundo inteiro para comemorar essa marca.

Após America, os fãs mais antigos e os que preferem as músicas gravadas no final da década de 80 e início de 90 não ficaram decepcionados: Built To Last, Clobberin’ Time e o hino mais conhecido do quarteto: Step Down. Para os que esperavam que essa fosse a canção para fechar com chave de ouro, ao ouvir a introdução no baixo de Craig Setari entraram em momento de êxtase e deixaram de lado todo o cansaço devido ao slam dancing e aos stage dives do show do Comeback Kid para subir no palco e mostrar as inúmeras danças apresentadas no vídeo-clipe da música. O espírito e toda a atitude esperada em um show de hardcore pode ser notada: muito entusiasmo, todos aproveitando o mesmo e único momento, e também o sempre esperado respeito, nenhuma briga entre fãs de uma mesma banda que compartilham opiniões e visões de mundo diferentes.

As canções seguintes foram uma mistura dos trabalhos mais antigos e mais novos de Lou Koller, vocalista que mostrou uma presença de palco que eu não vejo em todo show punk. Seu irmão mais velho, Pete Koller, parecia uma criança correndo e pulando de um lado para o outro, sem se esquecer é claro de tocar cada riff de sua guitarra. Pete tocou mais da metade do show sem o retorno e por mais que sua roadie se esforçasse, não conseguiu resolver o problema mesmo substituindo uma caixa de som. Armand Majidi, um dos bateristas mais emblemáticos da costa Leste dos Estados Unidos, mandou muito bem em todas as viradas e foi o único membro do grupo que mostrou disposição para tocar mais músicas assim que o setlist chegou ao fim e a galera gritou sem parar que o grupo voltasse.

Faixas

01 Good Lookin’ Out
02 Death Or Jail
03 Uprising Nation
04 The Divide
05 America
06 Built To Last
07 Clobberin’ Time
08 Lowest Common Denominator
09 Step Down
10 A Month Of Sundays
11 Busted
12 Sanctuary
13 My Life
14 G.I. Joe Headstomp
15 No
16 Injustice System
17 Machete
18 Scratch The Surface
19 Us Vs. Them

O ano mal começou e os fãs curitibanos de hardcore e punk rock já puderam assistir ao vivo três bandas excelentes: Comeback Kid, Rise Against e seu mais novo companheiro de turnê: Sick Of It All. Nas próximas semanas, mais uma apresentação do grupo Dead Fish, que já é de casa, além dos estadunidenses Anti-Flag e This Is A Standoff, que conta com ex-membros do Belvedere, banda que mora no coração da galera desde o início da década passada.

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